Painel na Conferência “Negro, Branco e Mórmon” da Universidade de Utah esta semana explorou o que significa ser uma Mórmon negra e mulher.

Janan Graham-Russell no painel “Raça e Mulheres Mórmons” (Foto: Lennie Mahler | The Salt Lake Tribune)
As mulheres do painel afirmaram que sua experiência na Igreja SUD pode ser uma luta constante, mas que mantém a fé ativa.
Invisível.
É assim que muitas mulheres negras descrevem o seu lugar na Igreja SUD.
Ao visitar um templo Mórmon, enquanto na casa dos 20 anos, Janan Graham-Russell sentiu-se forçada a perguntar: “Será que eles me vêem?” depois de contemplar uma pintura de Jesus cercado por anjos que o celebram no céu.
“Quando eu olhei mais perto, [reparei que] todos os anjos eram brancos.”
Isso é importante, explica a pós-graduanda da Universidade Howard, porque tem implicações espirituais para negros em A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias.
“Isto é como meus companheiros Santos enxergam a eternidade. Sinto que meus irmãos e minhas irmãs não me vêem. Não apenas em um nível cultural, mas em um nível teológico.”
A assistente social Williams-Schultz disse que como uma mãe negra de crianças “que se passam por brancas,” a Igreja SUD não promove uma comunicação aberta sobre a doutrina atual a respeito das pessoas negras.
“Eu não quero que meu filho, que será batizado em um par de meses, venha perguntar-me: ‘Mamãe, você está amaldiçoada?’ Mas nós não estamos tendo a conversa em nossa igreja que permita que meu filho nunca tenha que fazer essa pergunta. Até que o nosso currículo e as nossas conversas mudem, meus bebês vão fazer essas perguntas.”
Ela estava se referindo a teorias, agora negadas mas anteriormente defendidas, para tentar explicar a proibição da Igreja SUD sobre mórmons negros de serem ordenados para o sacerdócio exclusivamente masculino.
Essa política também proibia todas as pessoas de ascendência Africana – incluindo mulheres – de receber as mais elevadas ordenanças da fé nos templos mórmons.
Enquanto a proibição do sacerdócio em si seja discutida, o efeito da proibição templária em mulheres negras raramente é abordado. Isso é mais uma prova, segundo o painelistas, de como as mulheres negras simplesmente são ignoradas, ou não são enxergadas, na Igreja.
Todos as membros do painel disseram que permanecem ativas na fé por causa de seus relacionamentos com Deus.
“Não há nenhum lugar você possa ir onde não há racismo. Agradeço a Deus pelas pessoas brancas que lhe abraçam, e lhe fortalecem para poder lidar com os loucos [na Igreja].” — Catherine Stokes
As palestras e debates foram organizados pelo Centro Tanner de Humanas da Universidade de Utah.
O painel contou com Graham-Russell; Catherine Stokes, considerada um “pilar” da história negra Mórmon; LaShawn Williams-Schultz, uma assistente social clínica em Utah; e Tamu Smith, co-autora do “Diário de Duas Loucas Negras Mórmons” e co-criadora do “Sistas [N. do T.: Irmãs, mas em gíria típica de dialeto de Afro-Americanos] em Sião” programa de rádio online. Ele foi moderado por Paulette Payne, uma apresentadora de talk show em Atlanta, que disse que as lutas das mulheres de cor na fé Mórmon muitas vezes passam desapercebidas.
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